
Altitude, folhas de coca e Che: cinco destaques sobre a Bolívia

A capital mais alta do mundo, folhas de coca, o destino final do Che Guevara... Confira alguns destaques sobre a Bolívia, país sul-americano mergulhado em uma profunda crise econômica, que terá eleições gerais em 17 de agosto.
- Altura surpreendente -
Localizada a 3.657 metros acima do nível do mar, a capital administrava La Paz, sede dos poderes Executivo e Legislativo e com quase dois milhões de habitantes levando em consideração a sua periferia, é a capital mais alta do mundo.
Seus visitantes frequentemente sofrem dos sintomas clássicos do mal de altitude, como dores de cabeça, fadiga, náuseas e dificuldade para respirar.
As lojas de lembranças no aeroporto da cidade vizinha de El Alto, a 4.150 metros acima do nível do mar, vendem pequenas garrafas de oxigênio para os afetados.
- Ex-presidente indígena -
Com 11,3 milhões de habitantes segundo o último censo populacional de 2024, a Bolívia possui uma população indígena considerável com 36 etnias, cada uma com seu próprio dialeto. Os quíchuas e os aimarás são as principais.
O líder cocaleiro Evo Morales foi o primeiro indígena boliviano a chegar ao poder. Ele foi eleito em 2006 e passou quase 14 anos no cargo.
Conhecido entre os bolivianos e parte do continente simplesmente como Evo, esteve à frente de mais de uma década de forte crescimento econômico e uma redução dramática da pobreza. No entanto, foi forçado a renunciar após tentar estender sua permanência na presidência para um quarto mandato em 2019.
Morales foi impedido de participar por uma decisão constitucional que proíbe mais de uma reeleição presidencial. Além disso, ele também é alvo de uma ordem judicial de prisão em um caso de tráfico de menores quando era presidente, acusação que ele nega.
- Cultivo de coca -
A Bolívia autoriza o cultivo e a comercialização da folha de coca, principal componente da cocaína, para mastigar, fazer infusões e rituais religiosos.
O presidente em final de mandato Luis Arce pediu às instituições internacionais que retirassem a planta da lista de substâncias controladas, com o objetivo de que produtos como caramelos e pasta de dentes de coca pudessem ser exportados.
Atualmente, o país permite o cultivo de 22.000 hectares de folha de coca para consumo legal no país.
O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime estima em seu último relatório que, segundo números mais realistas, esta área chega a 31.000 hectares, dos quais uma parte é destinada ao tráfico mundial de cocaína.
- Esconderijo nazista -
O criminoso de guerra alemão Klaus Barbie foi um dos muitos nazistas que fugiram para a América do Sul após a Segunda Guerra Mundial para escapar da Justiça.
Uma investigação recente publicada pela revista alemã Der Spiegel revelou que Barbie, que se tornou consultor das ditaduras bolivianas das décadas de 1960 e 1970, teve um papel fundamental na criação de um dos cartéis de drogas mais importantes da América do Sul devido às suas conexões com um barão da droga boliviano.
Ex-chefe da polícia nazista na cidade francesa de Lyon, ocupada pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi extraditado da Bolívia para a França em 1983 e, em 1987, condenado à prisão perpétua por crimes contra a humanidade. Ele morreu em cárcere em 1991.
- Destino final de Che Guevara-
Foi na Bolívia, em 1967, que Ernesto "Che" Guevara liderou sua última campanha guerrilheira na tentativa de propagar sua revolução marxista de esquerda por toda a América Latina.
O Exército boliviano o capturou aos 39 anos. Ele foi executado na pequena localidade de La Higuera, no sudeste do país andino.
Três décadas depois, os restos mortais de Che foram encontrados em uma vala comum, devolvidos a Cuba e enterrados na ilha caribenha com honras militares.
M.Johnston--SMC