
Casa Branca aceitaria análise grafotécnica de suposta carta de Trump a Epstein

A Casa Branca declarou-se favorável nesta terça-feira (9) a recorrer a peritos grafotécnicos para analisar as assinaturas atribuídas a Donald Trump nos documentos que o vinculam ao falecido financista Jeffrey Epstein, protagonista de um grande escândalo sexual.
Epstein morreu na prisão em 2019 antes de ser julgado por crimes sexuais.
"Claro que apoiaríamos isso", respondeu a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, durante coletiva de imprensa nesta terça, diante de uma pergunta sobre o possível recurso a peritos grafotécnicos.
A publicação no início desta semana de vários documentos que colocam o presidente americano em contradição, entre eles particularmente uma carta cuja existência havia sido revelada em julho pelo Wall Street Journal, sacudiu Washington.
"O presidente tem uma das assinaturas mais conhecidas do mundo, e tem sido assim há muitos anos", argumentou a porta-voz da Casa Branca, diante da divulgação da carta pela oposição democrata no Congresso.
"O presidente não escreveu essa carta. Não assinou essa carta", repetiu Leavitt em duas ocasiões.
"Por isso sua equipe jurídica processou o Wall Street Journal e continuará fazendo isso."
Donald Trump "mantém essa posição, e será defendida na Justiça por seus advogados", acrescentou.
"O presidente acredita em um desfecho favorável neste assunto", disse.
A carta, escrita para Jeffrey Epstein por ocasião de seu aniversário em 2003 e atribuída a Donald Trump, foi divulgada na segunda-feira.
Nela há o contorno de um corpo feminino, com uma conversa imaginária entre Jeffrey Epstein e Donald Trump, à época dois rostos conhecidos da alta sociedade nova-iorquina.
Uma assinatura que parece ser a do atual presidente americano aparece na parte inferior do texto, no lugar do púbis da mulher desenhada.
"Feliz aniversário. Que cada dia seja mais um maravilhoso segredo", conclui o texto datilografado.
Entre outras personalidades que também teriam escrito para Epstein estaria o ex-presidente Bill Clinton.
Outro documento tornado público na segunda-feira é uma foto em que Jeffrey Epstein aparece com várias pessoas segurando um cheque gigante de 22.500 dólares visivelmente assinado com o nome de Donald Trump ('DJTRUMP'), acompanhada de um texto que menciona a "venda" de uma mulher "completamente desvalorizada".
"Vocês viram a assinatura nesse cheque?", perguntou Karoline Leavitt. "Essa não é a assinatura de Donald Trump, absolutamente. O presidente não assinou esse cheque", insistiu.
O caso Epstein assombra há muitas semanas a Presidência de Donald Trump, particularmente entre sua base partidária mais fiel, que se alimenta de teorias da conspiração segundo as quais Jeffrey Epstein teria sido assassinado para que fosse impedido de envolver personalidades de alto escalão, e critica o presidente republicano por falta de transparência na gestão do caso.
L.Côte--SMC